No último ano, o mercado laboral português vivenciou, felizmente, uma dinâmica completamente diferente daquela a que estávamos habituados desde o final de 2010. Esta mudança tem sido algo consistente, alicerçada em dois pontos-chave - por um lado a afirmação de Portugal como um centro de investimento atrativo, por outro, a nova geração millennial que integra o mercado de trabalho, obrigando necessariamente as empresas a reinventarem processos e procedimentos internos de recursos humanos de forma a recrutar e a reter os melhores talentos!

Reconhecido pela excelência das instituições de ensino e pela facilidade na aprendizagem e domínio de idiomas, Portugal tem vindo a afirmar-se como um destino de preferência para diversos investimentos.

São exemplos a  criação de Centros de Serviços Partilhados - na área financeira,  polos exclusivamente tecnológicos ou até de áreas de Serviço de Apoio ao Cliente -;  o incremento substancial da atividade turística, que aumentou 14% face ao período homólogo, dando origem a que grandes grupos invistam de raiz ou reinvistam na construção, ampliação ou remodelação de unidades hoteleiras e a criação de novas áreas industriais que têm conseguido atrair investimento 100% estrageiro em áreas diversas como o automóvel, metalomecânica, plásticos e aeronáutico. Portugal tem provado, assim, conseguir consolidar uma posição estratégica no campo da economia.

Esta nova dinâmica que o mercado assume dá origem  naturalmente, a que a taxa de desemprego caia para valores históricos - temos atualmente uma taxa, segundo o Instituto Nacional de Estatística, fixada em 9.5%, algo não registado desde o ano de 2008 - e automaticamente a que a lei da oferta e da procura se inverta. Esta inversão acaba por ter um impacto duplo, por um lado nas empresas que procuram recrutar e, por outro, nos candidatos que procuram novas oportunidades de emprego.

Serão estas novas tendências e fenómenos que  irão ditar as novas regras do mercado laboral português, às quais todos teremos que ser hábeis e céleres a adaptarmo-nos, sob pena de continuarmos a assistir a uma vaga de emigração de quadros superiores e especializados que levará à escassez de recursos humanos para os projetos a nascer em Portugal.

Às empresas compete desenhar processos de recrutamento cada vez mais exigentes, mas mais do que pensar numa ótica de competências técnicas e valor imediato acrescentado, como acontecia antes, dar enfoque no plano motivacional e no match cultural para com a organização, de forma de reter os novos colaboradores.

E é, de facto, o conceito de retenção aquele que tende a ser a preocupação central dos responsáveis de recursos humanos da generalidade das empresas, aquando do desenvolvimento das políticas internas de RH, pois também será ele o mote para a estabilidade, continuidade e sustentabilidade de cada negócio.

E se este foi de facto até há pouco tempo, um conceito fácil de trabalhar, hoje com o número de projetos novos, inovadores e interessantes a entrar no país e com o constante assédio a que os profissionais estão sujeitos, isto já não será algo tão linear.

É neste quadro de positivismo e confiança perante a economia portuguesa e perante o mercado de trabalho que 47% dos inquiridos no Estudo de Confiança Laboral desenvolvido pela Michael Page atesta que vivemos um mercado de trabalho de grande estabilidade, sentindo-se que 2017 é um ano propenso ao reconhecimento interno dentro das organizações, materializado através de promoções internas, 51% acredita ser promovido ainda este ano.

Haverá espaço também para incrementos salariais, com uma taxa de 46% dos inquiridos a crer ser aumentado; para novos desafios internos que possibilitem o desenvolvimento de novas competências, (66% revela ter esta linha de pensamento, bem como à pesquisa de novos projetos e à mudança profissional sendo que neste ponto 49% dos participantes estão certos de que em três meses encontrarão um novo desafio profissional.

Tendo em conta estes dados, urge que nós profissionais de recursos humanos estejamos atentos a estas mudanças, consigamos fazer uma leitura atenta do mercado e, acima de tudo, percebamos que o conceito de emprego para a vida e de subserviência perante o trabalho e a entidade patronal está em queda.

O mundo laboral é encarado pelos candidatos cada vez mais numa lógica win–win e o salário é um ponto essencial, contudo não exclusivo na valorização de um projeto da parte do candidato.

E num mercado cada vez mais competitivo, onde nalgumas áreas corremos o risco de não ter mão-de-obra qualificada suficiente para responder às necessidades do mercado, teremos impreterivelmente que atentar em novas abordagens como a flexibilidade laboral, o desejado equilíbrio entre vida familiar e profissional, o teletrabalho e benefícios sociais como ginásio, seguro de saúde, seguro de vida ou plano de pensões, caso contrário, dificilmente teremos capacidade para evitar uma saída ou fuga de talento!

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Joana Bacelar

Asssociate Manager Michael Page Porto

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