Dois homens de terno em reunião com projetor sobre a mesa.

A Michael Page promoveu o debate sobre “Diversidade e Inclusão nas Empresas”, para o qual reuniu responsáveis de empresas, organizações e associações, com o objetivo de analisar o contexto de inclusão social e diversidade no mercado de trabalho. 

A inclusão laboral, a responsabilidade social e a promoção da diversidade com valor económico, foram alguns dos tópicos em análise neste debate, organizado pela equipa da Michael Page dedicada ao recrutamento de pessoas com deficiência, com o objetivo de aumentar a sua inclusão laboral. 

No atual contexto da legislação e criação de quotas obrigatórias para as empresas, aproximar os recrutadores destes perfis, dar-lhes maior visibilidade e integrar estes potenciais colaboradores, vai facilitar a crescente inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho português.

As empresas estão preparadas em Portugal para a Integração?

Este foi o ponto de partida do debate que abordou ainda os mecanismos que permitem a integração e progressão de pessoas com deficiência, no mercado de trabalho.

Emília Mesquita, em representação da OEDOperação de Emprego para Pessoas com Deficiência, um serviço gratuito que apoia o emprego para residentes na cidade de Lisboa, sublinhou a “importância da cultura empresarial e de métodos de trabalho alinhados para facilitar a integração”, destacando que “não basta cumprir a legislação cujos resultados só se irão ver daqui a 3 ou 4 anos. Uma empresa deve refletir sobre o que deve fazer, e isso passa por criar equipas, mobilizar chefias intermédias, sensibilizar e educar os colaboradores, criar planos de integração de pessoas e modelos de funções”.

Os diversos responsáveis apontam também para a necessidade de mudança de mentalidade nas organizações e maior abertura para inclusão de pessoas qualificadas com necessidades específicas, que devido ao desenvolvimento de características como resiliência, capacidade em superar desafios e em contornar obstáculos, apresentam um valor muito positivo para as organizações.

Para Joana Frederico, Gestora de Projetos da Associação Salvador, “o feedback que temos recebido por parte das empresas na colocação de pessoas com deficiência motora é muito positivo, quer relativamente ao desempenho das suas funções, quer à integração nas equipas de trabalho”. Também da Associação Salvador, Ester Rosa, coordenadora da área de projetos, destaca a importância das empresas darem os primeiros passos nesta área, mesmo que ainda tenham algumas dúvidas. "Ter uma primeira experiência de contratação é fundamental, é na verdade a única forma de ver totalmente e in loco que as pessoas com deficiência têm potencial, talentos e podem acrescentar muito à empresa com o seu trabalho e exemplo de superação. A diversidade e cultura organizacional saem também a ganhar com a inclusão destes candidatos”.

A necessidade da mudança cultural

De acordo com os participantes deste debate, a legislação é um motor de aceleração para a inclusão e traz a partilha e o envolvimento dos vários agentes da sociedade, mas é necessária uma mudança cultural e a contratação de trabalhadores com base nas suas capacidades, mesmo em setores em que os deficientes têm tido menos empregabilidade. Neste contexto, “e de forma a assegurar a adaptação da pessoa à função, para um desempenho bem-sucedido, é necessário avaliar caso a caso, pois o espetro de deficiências é variado”, sublinhou Andreia Castanheira, terapeuta de motricidade

Dando o exemplo na área da restauração, Sara Baptista, HR Business Partner d’ A Padaria Portuguesa, salienta “o plano de acolhimento para estas pessoas, que envolve um processo normal de recrutamento e o apoio de associações, que têm um papel educativo importante, nomeadamente no mapeamento de funções e adaptação aos diferentes perfis”.

Atualmente, a inclusão laboral está mais presente nas empresas que consideram os colaboradores como um capital heterogéneo, com características particulares e diferenciadas. A abordagem e implementação dos conceitos de inclusão nas organizações, é fundamental para impulsionar a produtividade, incentivar a inovação e a evolução, e para a diversidade do local de trabalho.

Dando como exemplo a IPG Mediabrands, um dos principais grupos de media em Portugal, João Rocha, HR Partner no nosso país, referiu que “há uma preocupação muito grande a nível mundial e indicações claras internacionais sobre a inclusão. Além da inclusão, a implementação de políticas de diversidade com a integração de pessoas ditas “diferentes” tem obtido uma elevada aceitação por parte do Grupo em Portugal. Neste aspeto, a comunicação interna tem sido fundamental, para incentivar a reflexão. Tem sido um desafio que, a pouco e pouco, temos vindo a conquistar e é para continuar”.

Na perspetiva do recrutador, Fábio Alves, consultor da Michael Page, esclarece que “o processo de recrutamento é feito da mesma forma para todos os candidatos. Para algumas incapacidades é necessário algumas adaptações, mas a metodologia é semelhante às dos processos habituais”.

Por outro lado, Vasco Salgueiro, Executive Manager da Michael Page e responsável pelo projeto Diversidade & Inclusão conclui que “a inclusão laboral apresenta novos desafios e soluções que vão mais além da adaptação das empresas aos seus colaboradores com deficiência e dos programas de responsabilidade social corporativa. Trata-se, de uma oportunidade para as empresas alcançarem os seus objetivos de crescimento, produtividade e desenvolvimento sustentável, ao incluírem, no seu sistema produtivo, colaboradores com outras aptidões“.

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