A agenda de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas encorajou muitas empresas a refletirem na sua abordagem à sustentabilidade. O desafio pode ser apresentado em termos simples: como se pode desenvolver um negócio bem-sucedido enquanto se torna o mundo melhor, mais justo e mais ecológico? Este objetivo pode ser alcançado através de um crescimento sustentável, em que colaboradores, candidatos e clientes continuam a ser a prioridade, num contexto de preocupação estratégica com o impacto social e ambiental, de forma a tornar a sustentabilidade uma parte integral do modelo de negócio e cultura corporativa.

São cada vez mais as empresas que recorrem às categorias de sustentabilidade como base para os seus modelos de negócio e estratégias. As organizações que priorizam a sustentabilidade estão mais bem posicionadas para atrair capital e talento. No entanto, devem fazer mais do que elogiar a revolução ecológica. Para que sejam efetivos, os objetivos de sustentabilidade devem ser persuasivos em todos os níveis da empresa. Isto requere competências e compromisso por parte das funções mais seniores.

Uma das prioridades de uma empresa deveria ser a criação de um plano de sustentabilidade, definindo objetivos credíveis e progressivos para que toda a equipa se sinta envolvida no processo. Os líderes com um pensamento futurista consideram que a sustentabilidade é não só uma responsabilidade pessoal, como também um compromisso corporativo. Por isso, são cada vez mais os Board Members, CEOs, DHRs e Marketing Directors que sentem uma forte obrigação para ir de encontro às expetativas da sua equipa e clientes, para construir um futuro mais inclusivo e sustentável.

Mas, como qualquer grande mudança cultural e organizacional que altere a base da empresa, as iniciativas de sustentabilidade dependem em primeiro lugar da gestão e administração. No entanto, não é possível a transformação sustentável de uma empresa através do trabalho de apenas uma pessoa. É necessária uma liderança determinada e abrangente, com a incorporação gradual de managers dos diversos departamentos da organização, implicando todas as funções corporativas nos processos de sustentabilidade, como por exemplo, os departamentos de Finance, Human Resources, Marketing & Communications.

Neste contexto, surgem assim profissões emergentes de sustentabilidade, como o Head of Environmental, Social and Governance (ESG), cuja responsabilidade é encarregar-se da visão sustentável da empresa. As principais áreas de responsabilidade desta posição envolvem trabalhar perto das equipas de investimento e liderança para desenvolver as melhores políticas e modelos de trabalho de ESG na empresa. O Head of ESG irá trabalhar para minimizar riscos e maximizar oportunidades enquanto interpreta a missão e visão da empresa em termos de sustentabilidade. Para além desta função, estão a surgir novas posições dedicadas ao tema da sustentabilidade, como o Head of Diversity & Inclusion, Sustainability Development Manager, proeminentes em áreas como Energia, Químicos e Mobilidade. Por outro lado, funções já existentes como Head of Business Unit, Product Development Manager ou Strategy Development Manager também se podem desenvolver para se tornar agentes de mudança com um importante papel na jornada da sustentabilidade corporativa.

A disponibilidade dos investidores é essencial visto que são eles quem decide qual é a estratégia da empresa e quem deve motivar a adoção da sustentabilidade. Em empresas familiares, é a família como um todo que deve acreditar na sustentabilidade. Noutro tipo de organizações, é importante que exista um grupo de managers capaz de apostar num objetivo tão desafiante. Uma pessoa só nunca é suficiente para completar o processo ou liderar sozinha uma transição sustentável numa empresa. Um manager motivado ajuda certamente e faz a diferença, através da influência de investidores e ao apresentar projetos interessantes. Mas depois toda a empresa deve encarregar-se deste desafio.

Em conjunto e com competências de uma nova liderança participativa, a sustentabilidade tona-se mais fácil de integrar no DNA das empresas. Num paradigma de mundo BANI (acrónimo de frágil, ansioso, não linear e incompreensível) que o contexto pandémico fez evoluir de VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), a sustentabilidade no centro de tudo, é um aliciante desafio para qualquer organização.

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