A Michael Page celebra o seu 20º aniversário em Portugal. Nestas duas décadas, o mercado de trabalho evoluiu de forma radical.

Imagine: a sua sede é na Holanda, mas os seus colaboradores vivem em Portugal, França, Alemanha, India ou China, e trabalham através da realidade virtual. Este cenário é menos futurista do que parece. 

Neste momento, pode tornar-se difícil desenvolver o espírito de equipa neste tipo de empresa multinacional, quando todos trabalham em localizações distintas. As vídeo conferências não são a mesma coisa que reuniões ou apresentações em que a equipa está fisicamente presente na mesma sala.  

Esta realidade poderá mudar com o crescimento da realidade virtual; pelo menos é o que esperamos. Num futuro com softwares mais desenvolvidos, será possível trabalhar num escritório virtual, estar presente em reuniões, sentar-se numa mesa com os colegas e até falar sobre os últimos acontecimentos junto a uma máquina de café virtual.

Este é um dos inúmeros esperados desenvolvimentos tecnológicos que não só vão influenciar o nosso trabalho, como também as políticas de RH das empresas. As consequências para o recrutamento e seleção também serão significativas

Quais serão as consequências dos novos desenvolvimentos tecnológicos para a indústria do recrutamento?

Como recrutadores, teremos de ser mais criativos. Quando um dos nossos clientes está à procura de um novo candidato, apresentamos os melhores profissionais disponíveis, por norma a uma distância aceitável do local de trabalho. Mas são cada vez mais os casos em que o melhor talento não trabalha apenas em Portugal;  pode exercer as suas funções a partir de França, Estados Unidos, Singapura ou qualquer outro país.

As empresas já estão a desenvolver-se nesta direção, por exemplo ao criar Shared Services Centres, que fornecem serviços para múltiplos escritórios na Europa ou no mundo a partir de um único local. Um sales manager e um especialista de IT não têm necessariamente de trabalhar a partir de um mesmo espaço. A maioria das funções não necessitará de trabalhar a partir da mesma localização que os seus colegas no futuro. E isso levará a dinâmicas novas, cujas consequências ainda não são conhecidas.”

Quais as vantagens para as empresas?

A principal vantagem é a poupança de custos fixos com o espaço físico. Quanto todos trabalham através de um ambiente virtual, as empresas necessitam de apenas uma fração do espaço do escritório. Também contribuirá para a qualidade de vida dos colaboradores, com a redução ou eliminação do tempo necessário para viajar de e para o trabalho e com uma maior flexibilidade e gestão do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E, como sabemos, um trabalhador feliz é um profissional mais produtivo, o que terá um impacto positivo no rendimento da organização.

Mas a grande vantagem para as empresas é que terão um grande número de talentos à sua disposição, uma vez que poderá recorrer a talento de outros países. Também os profissionais beneficiarão de mais oportunidades de projetos aliciantes, sem perder o conforto de trabalhar na sua terra natal.

Quais os desafios que as empresas irão enfrentar no futuro, ao recrutarem os candidatos adequados?

Mais do que um trabalho com um salário ao final do mês, o novo talento procura projetos com verdadeiro significado, que representem autênticas experiências de vida e que marquem de facto a diferença na sociedade ou no mundo corporativo.

A noção de “emprego  para a vida” está cada vez mais ultrapassada e o sentimento de pertença às empresas pode tornar-se mais frágil. Os profissionais da atualidade procuram projetos com resultados concretos e rápidos, exigindo feedback constante e imediato do seu trabalho.

As empresas que conseguem definir e promover o seu propósito de forma consistente atraem o melhor talento, de que necessitam para crescer e se tornarem na empresa que querem ser.

Um bom salário e trabalhar  numa empresa de prestígio continuam a ser os principais motivadores para os candidatos. Contudo, os valores, cultura e filosofia empresariais ganham preponderância para as empresas que querem realmente destacar-se e ir além dos seus concorrentes ao atrair talento.

Os profissionais da atualidade são cada vez mais exigentes fase à transparência e honestidade por parte das empresas. É muito frequente indicarem-nos, por exemplo, que os anúncios de emprego não são, na generalidade, suficientemente claros e transparentes. Assim, o principal risco das empresas que não se adaptem a estas nova exigência será, sem dúvida, não conseguir captar e reter o melhor talento disponível no mercado.

O valor agregado de uma agência de recrutamento e seleção como o PageGroup muda?

Sim, já mudou quando a internet começou a ser utilizada. Antes da internet, o nosso valor agregado era ter uma base de dados alargada com candidatos. Neste momento, qualquer pessoa pode contactar candidatos através LinkedIn, Facebook ou outra rede social. Este valor é o nosso conhecimento e especialização para selecionar três ou quatro candidatos de um grande grupo, que se enquadram  perfeitamente nas necessidades, valores e filosofia de uma empresa. 

Mais do que recrutadores, os nossos consultores especializados são verdadeiros parceiros de negócio dos seus clientes. Temos, claro, os serviços tradicionais de recrutamento: definição do projeto, triagem curricular, entrevista, ajuda na negociação salarial, acompanhamento da integração do profissional… Mas vamos além disso, com a análise regular das tendências de mercado, desenvolvimento de estudos e publicação regular de conselhos para atrair o melhor talento.

Investimos numa relação de longo prazo com os nossos clientes e candidatos. No futuro, investiremos em muito mais.

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