A especialização dos perfis de retalho é uma tendência que tem vindo a subir. As empresas procuram, cada vez mais, perfis com capacidade de gestão, mesmo para cargos operacionais que não exigem formação específica. Simultaneamente, para funções mais especializadas e de cariz tecnológico, assistimos a um aumento da procura de perfis no E-commerce, com as funções de Business Analyst e Controler a assumirem-se como ferramenta de suporte para o crescimento do negócio.

O mundo digital, nomeadamente ao nível da experiência de compra, tem crescido em proporção de ano para ano, criando um mercado próprio que absorve perfis de suporte ao comércio online. Apesar de ainda não ser evidente a preponderância das ferramentas de e-commerce no recrutamento de perfis de retalho, as previsões do setor para os próximos anos apontam para um crescimento do comércio online na ordem dos 40%. Ou seja, falamos de um mercado altamente apelativo que cativa o cliente por ser uma solução rápida, cómoda e prática, revelando-se uma tendência que irá continuar a crescer.

O que é facto é que o e-commerce alterou já fortemente a realidade do retalho – e estamos apenas na sua primeira fase. A realidade virtual, os robots nas lojas, as entregas por drones e as compras multissensoriais abrem todo um admirável mundo novo, no qual a imaginação parece ser o limite. A evolução tecnológica permitiu ao retalho expandir-se para uma realidade aumentada, onde carteiras digitais e interação digital com o produto são cada vez mais um elemento da compra. As novas digital stores, que entram em força no mercado português, são um bom exemplo da peugada digital no mundo do retalho, chegando até aos seus espaços físicos onde assumem um papel de destaque.

A pergunta que se impõe é: como será a experiência de compra no futuro? Quanto mais poderá o e-commerce alterar a realidade do retalho? Nesse sentido, gostaria de destacar quatro tendências que vão, invariavelmente, redefinir o futuro do setor do retalho e, por conseguinte, influenciar o emprego e as competências que passarão a ser necessárias: Redes de beacons, realidade aumentada, o papel dos drones e a carteira digital.

A primeira tendência, a rede de beacon (também conhecida como aplicação de Bluetooth Low Energy – BLE), permite a qualquer marca, retalhista, aplicação ou plataforma entender exatamente onde um cliente se encontra na loja física e assim dar-lhe uma experiência totalmente personalizada. A título de exemplo, a cadeia multinacional francesa Carrefour começou a explorar oficialmente esta tecnologia com o objetivo de tornar as respetivas comunicações mais relevantes para os clientes. O hipermercado equipou 28 dos seus espaços físicos na Roménia com esta tecnologia, traduzindo-se numa melhor experiência de compra para todos. Atualmente, as marcas têm a possibilidade de entender as necessidades do novo consumidor e interagir com ele através de ferramentas originais, impactantes e inovadoras. Ou seja, os retalhistas podem assim (re)desenhar o perfil dos seus principais consumidores e reunir as suas necessidades e preferências mais importantes.

A segunda das tendências, a realidade aumentada, diz respeito à utilização da realidade virtual em espaços físicos. O setor cosmético, por exemplo, é forte nesta tecnologia, utilizando-a junto dos retalhistas para que estes possam ver exatamente como os stands estarão dispostos e como os produtos serão apresentados - tudo isto visualizado em 3D. Noutro setor, os clientes do grupo IKEA podem usar headsets de realidade virtual para visitar divisões totalmente decoradas com mobiliário da marca, que pode ser personalizada – é possível mudar a cor dos armários de cozinha, por exemplo.

Os drones e a sua aplicação prática são outra das tendências, sendo este um objeto que, aos poucos, se torna presença habitual. Uma das maiores empresas de take away europeias, a Just Eat, estabeleceu uma parceria com uma empresa tecnológica no sentido de colocar drones terrestres a entregar comida na cidade de Londres. O drone possui seis câmaras e um sistema de GPS para permitir a deslocação nas ruas londrinas. Também a gigante Amazon concluiu recentemente a sua primeira entrega por air drone, e, não obstante tratar-se ainda de um teste preliminar, a empresa espera expandir o seu sistema de entrega por drones muito mais cedo do que inicialmente previsto.

Por fim, no que concerne às carteiras digitais, os pagamentos online estão a crescer na Europa e as digital wallets estão a expandir-se por mais de 20 mil lojas. No ano passado, a empresa de dados e análises Aimia descobriu que existe um grande interesse por parte dos consumidores nas carteiras digitais e que 31% dos europeus, provavelmente, utilizarão carteiras digitais através dos seus dispositivos móveis.

No recrutamento, há uma questão que se levanta: o que trará este futuro aos milhões de profissionais que trabalham no setor do retalho?

É já notada no mercado de trabalho a valorização de perfis ligados ao comércio online, com áreas como o digital marketing e o e-commerce a assumirem posições de destaque, seja no mercado tradicional de retalhistas e distribuição, seja no contexto de uma startup. Para o profissional de retalho, o importante é manter-se atualizado, estar atento ao mercado, à tecnologia, às oportunidades e, naturalmente, não as deixar escapar!

 

 

 

 

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