Portugal está efetivamente na moda. Não é de hoje, é verdade. Mas hoje, quando se pensa numa escapadinha europeia, pensa-se em Portugal. Os potenciais apresentados pelo nosso país levaram ao crescimento acentuado de fatores mensuráveis que definem o sucesso do setor do turismo.

Este crescimento rápido vem, inequivocamente, gerar um sério problema no setor que se prende com a escassez de mão de obra qualificada, impactando assim a qualidade da oferta turística que temos para oferecer, bem como condicionando os investimentos previstos.

Torna-se, assim, urgente e vital pensarmos em estratégias para contrariar esta tendência:

  • Apostar na formação interna contínua dos quadros: compete à equipa de formação interna perceber as potencialidades e as fragilidades de cada profissional que tem e trabalhá-las por forma a que estes se apresentem como uma mais valia nos novos padrões de qualidade de serviço do consumidor;
  • Investir na atração de novos candidatos para o sector: É cada vez mais necessário conseguir capitalizar profissionais sem experiência, mas com potencial e capacidade de aprendizagem. Este investimento na formaçãopoderá representar uma peça chave para o sucesso do setor – haverá certamente um maior compromisso entre o colaborador/empregador  
  • Criar equipas polivalentes: A criação de profissionais multidisciplinares e capazes de exercer diferentes ofícios dentro da mesma “casa”pode representar uma solução para a sazonalidade do setor. Com equipas polivalentes será mais fácil mobilizar recursos internamente de forma a não os perder, capitalizando assim o investimento feito em formação em prol do Grupo.
  • Dignificar o setor: Não raras vezes associamos o turismo a uma profissão transitória e não como um “emprego”. Para esta imagem contribui a volatilidade contratual, os horários, as folgas rotativas e nem sempre atribuídas (fruto do excesso de trabalho e ausência de mão de obra) e, não raras vezes, a existência de chefias pouco sensíveis às necessidades de cada colaborador. Esta é uma visão que se torna urgente mudar, na certeza de que são estes os fatores que contribuem para um maior turnover do setor.
  • Criar planos de carreira associados ao setor: Torna-se importante dar a este setor uma visão de longo prazo a quem nele integra. Criar planos de carreira estruturados, com metas atingíveis, avaliações periódicas com prémios de desempenho associados.

Na abertura do Fórum de Líderes Europeus do WTTC, o ex-Ministro da Economia – Manuel Caldeira Cabral – referiu que "a Inovação é chave para este setor. Não há nada tradicional no turismo" e é exatamente neste ponto que nos devemos debruçar também quando falamos de atração e gestão de talento em hotelaria. Deixar a filosofia obsoleta e centrarmo-nos na profissionalização de um setor cada vez mais exigente e impactante na economia nacional.

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