Mulher pensativa com fundo azul e padrão circular.

A elevada taxa de inflação em toda a Europa continua a ter um impacto real nos colaboradores e candidatos. Enquanto o Banco Central Europeu prevê que a inflação em países como Alemanha, França e Portugal baixe de uma média de 8.4% em 2022 para cerca de 5.6% este ano, ainda está acima do objetivo de 2% do BCE.

De que forma a inflação está a afetar as prioridades de carreira e as escolhas dos candidatos e colaboradores portugueses? Os profissionais estão a considerar um trabalho paralelo ou um segundo emprego para conseguirem pagar suas despesas? E o que podem as empresas fazer para ajudar as suas equipas a ultrapassar o aumento do custo de vida e evitar que mudem para a concorrência com melhores opções salariais?

Para descobrir, a Michael Page inquiriu 624 candidatos e colaboradores em Portugal. Os resultados demonstram perspetivas surpreendentes e podem fazê-lo repensar a forma como pode encontrar e reter o melhor talento.

A procura de segundos empregos em Portugal

83% dos colaboradores portugueses estão a pensar seriamente em ter ou já têm trabalhos paralelos para colmatar o aumento do custo de vida. Dentro desta percentagem, 23% já têm um segundo emprego, enquanto 60% está seriamente a considerar encontrar projetos extra.

A tendência de os profissionais procurarem um segundo emprego ou um trabalho paralelo traz desafios às chefias. As pessoas que possuem vários empregos têm maior probabilidade de ter um burnout, o que afeta o seu bem-estar e o seu desempenho, algo que tem impacto nos resultados da empresa.

O verdadeiro impacto da inflação em Portugal

Apenas 2% dos inquiridos afirmou que a inflação não teve impacto do seu dia a dia, deixando a vasta maioria a sentir-se com dificuldades, particularmente na compra de bens alimentares ou no pagamento de despesas. Apesar destas tensões financeiras, quase metade dos inquiridos – 40%, afirmou que não teve um aumento salarial no último ano. Entre aqueles que foram aumentados, 48% indica que este valor extra foi definido especificamente para ajudar a colmatar os efeitos da inflação.

A procura de um melhor salário

O nosso estudo Talent Trends 2023 demonstrou que 39% dos inquiridos portugueses estão à procura ativamente de emprego com salários mais elevados para compensar o aumento do custo de vida. 38% tornou-se mais flexível na sua pesquisa de emprego e está aberto a funções que não considerou anteriormente. Surpreendentemente, apenas 20% tentou usar o aumento do custo de vida para negociar salários mais elevados ao longo do último ano e apenas 6% foi bem sucedido nestas negociações. Isto revela que existe uma desconexão entre chefias e colaboradores na abordagem do impacto da inflação nos salários.  

A inflação em Portugal também tem impacto nas chefias

Muitas empresas ainda têm de tomar ações substanciais para ajudar os colaboradores a manter o seu poder de compra neste momento desafiante a nível económico. Porquê? Um dos motivos pode estar relacionado com o facto de as empresas terem dificuldades na gestão do seu próprio orçamento devido à inflação, fazendo com que estejam hesitantes em oferecer aumentos. Outro motivo pode ser a falta de comunicação aberta sobre como a inflação está a afetar a empresa e os seus colaboradores, o que dá origem ao não aproveitamento de oportunidades para soluções entre ambas as partes. Prossiga a sua leitura para descobrir alguns conselhos sobre como combater a inflação.  

O que os profissionais procuram

Uma grande maioria (68%) dos profissionais afirmou que as suas chefias não tomaram nenhuma ação para combater os efeitos da inflação, para além de um aumento salarial. Quase metade dos profissionais que responderam ao nosso inquérito (49%) acredita que os salários deveriam ser ajustados de acordo com a inflação, independentemente do desempenho do colaborador. 66% dos inquiridos duvidam que o seu salário irá acompanhar a inflação no próximo ano.

O nosso estudo também descobriu que 9 em 10 pessoas é da opinião que as empresas devem ser mais transparentes relativamente às suas políticas de remuneração, inclusivamente como tencionam ajustar à inflação, durante o procsso de recrutamento.

Não abordar o tópico da inflação pode tornar a sua empresa menos atrativa para potenciais contratações. Se os seus colaboradores estão a ressentir-se com a inflação é possível que procurem trabalhos paralelos ou um segundo emprego. Numa fase em que, segundo os colaboradores, apenas um terço das empresas está a tentar combater ativamente os efeitos da inflação, isto representa uma oportunidade para se destacar.

5 Conselhos para combater a inflação em Portugal

  • Salários atualizados: Acompanhe as taxas de inflação na Europa e recorra aos estudos de remuneração da Michael Page para ajustar a compensação de acordo com a realidade do mercado. Isto irá ajudar a reter a sua equipa atual e a atrair novo talento.
  • Ajudar nos custos de vida: Ofereça subsídios para combater o aumento de custos essenciais como alimentos e utilidades.  
  • Promover a transparência: Fale abertamente sobre como está a combater a inflação. Uma comunicação transparente pode construir confiança entre os colaboradores.
  • Oferecer benefícios não monetários: Considere benefícios como horários flexíveis ou dias de trabalho remoto. Estes pequenos extras podem fazer uma grande diferença na vida dos seus colaboradores sem prejudicar os resultados.
  • Investir na formação: Encoraje a melhoria de competências e o desenvolvimento profissional. É uma forma de manter a sua equipa motivada e satisfeita, reduzindo a probabilidade de procurarem trabalhos paralelos ou simplesmente mudarem de empresa.

Como a Michael Page pode ajudar

Pode ser desafiante liderar durante períodos de elevada inflação e de outras disrupções do mercado. A Michael Page possui uma equipa de consultores especializados, com 25 anos de experiência no mercado, para ajudá-lo a encontrar o melhor talento e criar pacotes de benefícios atrativos. Se pretende acompanhar as tendências do mercado, os nossos estudos de remuneração são um recurso imprescindivel.

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