É sempre desafiante abordar tendências de forma pragmática especialmente quando falamos de temas tão sensíveis como oportunidades de emprego, competências necessárias, evoluções salariais atuais e as perspetivas futuras para profissionais que atuam no setor financeiro.

Não deixa de ser curioso poder afirmar que o setor financeiro desempenha um papel vital na economia portuguesa, ganhando consistente destaque os profissionais que nele atuam.

Temos vindo a assistir a um crescimento do setor em Portugal impulsionado pelo desenvolvimento económico, muito suportado pela sofisticação e tendência na especialização dos serviços apresentados. Com especial enfoque na banca de investimento, concretamente na gestão de ativos financeiros de forma generalizada, no wealth management/private banking ou mesmo no private equity, todos eles têm mantido destaque no que respeita a dinamismo na empregabilidade e capacidade de atração de profissionais. Neste mercado mantém-se uma procura crescente por profissionais cada vez mais qualificados e com formação especializada, nomeadamente o CFA (Chartered Financial Analyst) ou o MBA  (Master in Business Administration), curso avançado preferencialmente em universidades de renome internacional (tomando como bons exemplos a LBS, HBS, INSEAD, IE) em Corporate Finance ou Private Equity, Venture Capital. Instituições financeiras, como bancos, boutiques de investimento e sociedades gestoras, mantêm assídua procura de talento com o objetivo de reforçar o posicionamento e marcar uma diferenciação. Cientes da transformação e digitalização do setor financeiro, sem descurar naturalmente a escassez de perfis ligados à tecnologia de informação e digitalização do setor, nos últimos anos notou-se uma consistente procura de profissionais especialistas focados no negócio, nomeadamente em gestão de carteiras, análise de investimentos, planeamento financeiro e gestão de fundos.

Ressalvo que a discussão sobre remuneração dos profissionais é um tema sensível e que varia de acordo com vários fatores, como a experiência do profissional, as qualificações, o cargo, o desempenho e políticas salariais praticadas em  cada instituição. As informações salariais podem ser influenciadas por circunstâncias específicas e estão sujeitas a constantes alterações ao longo do tempo. Os resultados que evidenciamos têm por base a informação em sistema fornecido pelo mercado. Estamos perante uma média praticada e não  um estudo exaustivo de uma função, experiência do profissional ou da tipologia de empresa do setor em questão.

Remunerações indicativas médias em dois setores-chave da gestão de ativos e wealth management

* RBFA – Remuneração Bruta Fixa Anual

** RBVA - Remuneração Bruta Variável Anual

Fonte: referência Michael Page

No seguimento da informação apresentada, no que respeita a salários, podemos afirmar que em Portugal consegue-se oferecer remunerações atrativas no setor. Os profissionais qualificados nessas áreas geralmente recebem salários competitivos, que para além de uma componente fixa, denominado como salário base, normalmente é elegível uma atribuição de uma componente variável, associada à performance do gestor e/ou aos resultados da sociedade. Dependendo da tipologia e da dimensão da instituição, outros benefícios como viatura de serviço, seguro de saúde com extensão ao agregado familiar, bonificações no crédito ou no spread (comum na banca tradicional) ou mesmo distribuição de dividendos podem ser atribuídos ao colaborador, mediante o cargo, a experiência e a responsabilidade do profissional.

Competências

Destaco que neste setor é essencial ter competências específicas. Além da valorização de uma sólida formação académica em finanças, engenharia, gestão, economia ou matemática, é importante ter conhecimentos do setor, gestão e análise de investimentos, análise financeira, estruturação de produtos financeiros, planeamento e regulamentação financeira. O pensamento estratégico, capacidade analítica, habilidades de comunicação ou forte capacidade na resolução de problemas são também skills muito valorizados nestes profissionais.

As perspetivas para o mercado de trabalho e os salários neste setor em Portugal são encorajadoras. Com o crescimento e a contínua adaptação do setor financeiro, evidenciando o investimento nas fintechs que desafiam constantemente os players tradicionais, sustentadas nas soluções financeiras disruptivas e eficientes e pela inovação tecnológica, facultando acessibilidade aos serviços financeiros, enaltece a especialização e respetiva adaptação dos profissionais qualificados o que poderá provocar a um aumento nos salários e benefícios oferecidos, ao mesmo tempo que instituições financeiras competem no sentido de reter ou atrair os melhores talentos.

Embora com uma tendência positiva e evolutiva, não deixa de ser um setor tradicional, exigente e de perfil conservador. Para os profissionais que desejam ingressar ou progredir na carreira é crucial investir em competências relevantes, alinhadas com as tendências do mercado, capitalizando oportunidades de desenvolvimento, tanto a nível pessoal como profissional, tendo como principal objetivo criar diferenciação.

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