Aumentar a realidade do negócio

A realidade é aquilo que percebemos com os nossos sentidos. É aquilo que observamos, processamos e vivemos. A tecnologia já alterou para sempre a forma como vivemos a realidade, mas a nova tecnologia aumentada está a dar um controlo muito maior ao consumidor permitindo aos indivíduos mudar o que veem, ouvem e até o que sentem.

À medida que o mundo digital se torna cada vez mais tangível, o valor atribuído aos objetos digitais e físicos está também a ser redefinido. Há uma procura crescente de interações digitais que imitem o contacto com pessoas e objetos em tempo real. Isto está a transformar fundamentalmente a natureza da comunicação – e todos os setores serão influenciados pela fluidez com que o talento e as competências podem estar instantaneamente disponíveis noutros países.

O aumento da realidade personalizada irá dar lugar a um mercado laboral que é menos dependente da localização. O talento será capaz de operar em diferentes locais do mundo ao mesmo tempo, colaborando de uma forma mais rica e partilhando informações em formatos novos e experimentais.

Os níveis sem precedentes de colaboração digital e a gamificação do trabalho serão permitidos pela tecnologia de realidade aumentada. As anteriores formas de trabalho terão de ser revistas e atualizadas, com novas competências necessárias para manter as equipas produtivas e comunicativas num cenário de realidade mista.

A utilização de software ou hardware de realidade aumentada no local de trabalho permanece num nível bastante reduzido em 2018, mas o interesse nas respetivas potenciais aplicações é elevado. Os especialistas preveem que estas tecnologias tenham impacto na nossa vida diária numa grande variedade de formas e parece que muitas instituições, empresas

e marcas já estão a explorar o poder da realidade aumentada (RA) e tecnologias vestíveis para criar experiências personalizadas.

Quanto mais tecnologia usarmos, implantarmos ou ingerirmos, mais dados nossos esta está a recolher. Com a recente implementação do RGPD em toda a Europa e iniciativas semelhantes a nível mundial, a questão sobre a forma como as informações são armazenadas e tratadas é fundamental para a maior parte das empresas.

A próxima geração de tecnologias de extensão irá proporcionar ao nosso local de trabalho uma nova realidade em que os ajustes virtuais podem ser regulados mediante botões. Os consumidores serão capazes de alternar entre uma tecnologia discreta que melhora simplesmente a sua realidade e uma imersão completa noutro mundo. Cada vez mais iremos começar a ouvir o termo ""realidade mista"" em que os consumidores e profissionais podem interagir confortavelmente com objetos digitais em espaços físicos.

Um dos exemplos recentes mais claros de quão ubíqua e acessível a RA se está a tornar é a plataforma ARKit da Apple que permite aos programadores especialistas e utilizadores ocasionais criar da mesma maneira aplicações de realidade aumentada para dispositivos iOS. Anunciado em agosto de 2017, o conjunto de desenvolvimento de software anuncia uma nova era de desenvolvimento e conjuntos de competências para o mercado laboral existente conquistar.

Os consumidores irão depender da realidade aumentada (RA) como uma forma de enriquecer a sua experiência de produtos e serviços. É provável que a funcionalidade de RA adicional seja adicionada à próxima geração de dispositivos inteligentes que os consumidores já estão acostumados a utilizar, evitando a necessidade de investir em hardware dispendioso e desconhecido.

Em 2017, a M&Ms transformou a Times Square de Nova Iorque numa experiência de jogo de RA para lançar um novo sabor do seu produto. Ao utilizar a aplicação Blippar transferível, os utilizadores podiam ter acesso ao jogo ""Arcade"" que transformava os famosos letreiros da Square em jogos digitais interativos. A utilização da RA pelas marcas e anunciantes tem grandes implicações no espaço publicitário e pode mesmo tornar-se uma parte integrante da caixa de ferramentas do profissional de marketing.

O Exército dos Estados Unidos está a proporcionar aos seus soldados uma consciência situacional melhorada com a utilização da tecnologia de RA. Adequadamente classificada como ""Realidade aumentada tática"" (TAR, Tactical Augmented Reality), a tecnologia monitoriza a posição de cada soldado, bem como os seus colegas. O óculo é ligado sem fios a um tablet que os soldados transportam na sua cintura e liga-se a uma mira ótica montada na sua arma. Ao olhar através da lente, são capazes de ver dados tais como a distância até ao alvo e sinais térmicos.