Pessoas reunidas com laptops na mesa, sobrepondo as mãos.

Como foi analisado previamente no artigo:” A dissipação entre comunicação profissional e pessoal – está sempre conectado? é fácil compreender como a tecnologia dissipa a separação entre a nossa vida profissional e pessoal e o seu impacto na nossa felicidade.  

O que é mais difícil de observar é como a junção dos círculos sociais profissionais e privados pode também afetar o nosso bem-estar. Este tema continuará a estar na ordem do dia, visto que 98% dos inquiridos do nosso estudo destaca a importância das relações positivas no emprego.

A importância de relações no local de trabalho (e fora do escritório)

Em 2018, a Michael Page analisou o equilíbrio entre  vida profissional e pessoal, realizando um estudo que contou com 768 participantes em Portugal. A separação entre vida profissional e privada está a tornar-se cada vez mais complexa devido à presença de dispositivos, atividades fora do trabalho e à socialização fora do escritório. A introdução dos Millennials e da Geração Y no mercado de trabalho também alterou o equilíbrio da força laboral, uma vez que estes profissionais têm novas expectativas sobre o que o local de trabalho deve oferecer.  

Em Portugal, no século XXI, 62% dos colaboradores tem contacto com os seus colegas fora do horário de trabalho, nomeadamente com o envio de mensagens ou telefonemas sobre tópicos não relacionados com trabalho (47%), encontros sociais (46%), eventos aos fins-de-semana (16%), ou até férias com os colegas (10%).

O estudo conclui também que ocorre uma mudança nestas normais sociais à, medida que os profissionais a) envelhecem e formam famílias, e b) adquirem novas responsabilidades no emprego. Destaca-se ainda que as novas gerações têm diferentes agentes motivadores para criarem laços com os colegas. Por exemplo, 43% das pessoas com mais de 35 anos socializa após o trabalho e 7% viaja com os colegas. Já as pessoas com menos de 35 anos tendem a socializar mais com os colegas após o trabalho (53%) e a viajar muito mais com os seus pares (17%).

As amizades no escritório contribuem para a produtividade

Atualmente em Portugal, 72% das pessoas acredita que desenvolver uma boa relação com os seus colegas irá afetar positivamente a sua produtividade – 60% concorda que o mesmo é válido para o relacionamento com o seu manager.

O bem-estar e a satisfação dos colaboradores aparentam ser verdadeiros motivadores de desempenho. Quando os colaboradores conhecem e compreendem os seus colegas é estabelecida confiança – e uma ligação que influencia positivamente o profissionalismo.

As empresas compreendem esta realidade, encorajando os colaboradores a encontrarem-se fora do trabalho em atividades sociais promovidas pela organização. 65% dos trabalhadores inquiridos apresentaram a sua família aos colegas e quase 38% desta interação ocorreu nas iniciativas da empresa (festas de Natal, picnics de verão, festas de aniversário, etc.).

Os colaboradores são mais próximos dos colegas do que dos managers

Não existe constância no mundo corporativo, apenas mudança. Os efeitos da tecnologia e o gradual esbatimento da pirâmide de gestão estão a provocar grandes revoluções nas empresas. Para melhorar a produtividade, as equipas estão a ser incentivadas a desenvolver conjuntos de competências mais alargados e a trabalhar mais em conjunto.   

Contudo, existe ainda um maior distanciamento nas relações entre os managers e os colaboradores que lhes reportam. Apenas 35% dos colaboradores afirma ter contacto com o seu manager fora do horário de trabalho.

Apenas 20% dos managers envia mensagens ou realiza telefonemas não relacionados com o trabalho ou passa tempo com os colaboradores ao final do dia, duas vezes menos do que acontece com colegas que se encontram no mesmo nível hierárquico. Destaca-se ainda que 66% dos inquiridos considera que tem uma relação de amizade com os seus colegas, enquanto apenas 30% afirma ter essa relação com o seu manager.

Sobre o estudo

Amostra: o estudo foi realizado através de uma amostra constituída por 768 pessoas em Portugal, incluindo desempregados, colaboradores e managers.

Metodologia: a representatividade da amostra é assegurada por ajustes nos dados (género, ocupação, proporção de pessoas empregadas).

Método de recolha de dados: as entrevistas consistiram em questionários online realizados em Junho de 2018.

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